dezembro 06, 2008

Matemática e Basquetebol

"Ensinar basquetebol não me parece assim tão diferente de ensinar Matemática. Conheça o Matemático, Prof. Dr. Jaime Carvalho e Silva e treinador de minibásquete do Olivais."
Conheça nesta entrevista, aqui, o que pensa quem diz isto.

novembro 10, 2008

Obras nas escolas: os "cobertos"!

São bem precisas: é inegável!

Se em algumas escolas a intervenção não vai além duma "lavadela" do rosto, noutras deita-se abaixo aqui, constrói-se acolá e novos conceitos de espaço vão tomando forma, mais ou menos adaptados às modernas exigências da actual escola multi-tudo (cultural, curricular, etc).

Também no caso da Educação Física, o ideal seria que se melhorassem as condições existentes, dentro de cada realidade: haverá escolas que não sentem necessidade de melhorar as suas instalações, mas a maior parte necessita intervenção. Seria fundamental, nomeadamente:
- a salvaguarda de espaços de aula para as aulas previstas, independentemente de condições climatéricas, ou seja, haver espaços cobertos para todas as aulas;
- garantir a existência de espaços polivalentes, no que diz respeito à abordagem das actividades previstas nos programas.

No entanto parece que, em várias escolas, estão a substituir ginásios por cobertos exteriores, os quais criarão mais problemas do que os próprios espaços exteriores existentes, quer ao nível da possibilidade de utilização dos pisos em termos de humidade, quer ainda na impossibilidade de utilização dos mesmos em situação de exercício no solo. As modalidades de interior ficam por abordar? Voltamos às escolas sem pavilhão? Avançamos para o conceito do Portugal Tropical, numa perspectiva muito mais informada sobre as hipotéticas mudanças climatéricas do futuro?

Além disso, a preservação das estruturas será um factor a considerar, tendo em conta o controlo visual destes espaços, bem como a sua localização, que se tornam mais expostos a actos de vandalismo, em especial aos fins de semana.

Neste momento, em que somos assolados por inúmeros assuntos bem preocupantes para a nossa classe de docentes, gostaria de ter a certeza que não andamos distraídos e que temos energia para lutar pelas condições de trabalho que merecem os nossos alunos e as futuras gerações.

outubro 06, 2008

"Enriquecimentos curriculares"

"Caros colegas O COLEGA RESPONSÁVEL, João Pedro Lourenço, do CNAPEF, NA COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA NO MINISTÉRIO DE EDUCAÇÃO, SOLICITA A TODOS A COLABORAÇÃO NA DENÚNCIA DE SITUAÇÕES DE INDIVIDUOS QUE NÃO TENHAM HABILITAÇÕES Profissionais ou próprias para a docência da disciplina de Educação Física no ensino básico OU QUE NÃO SEJAM Licenciados em Desporto ou áreas afins.
LER A MENSAGEM TRANSCRITA.Associação Portuguesa de Professores de Educação Física - APPEFIS
Av.D. Afonso Henriques, Escola secundária José Falcão 3000 COIMBRAwww.appefis.org

Colegas, Estamos prestes a começar de novo a fase de acompanhamento das actividades de enriquecimento curricular. Vamos ter a primeira reunão da Comissão de Acompanhamento do Programa (CAP) no dia 17 de Outubro. Em primeiro lugar, gostava de vos dizer que foi aprovado na última reunião desta Comissão no final do ano lectivo transacto (31/07/2008) uma declaração de agradecimento pelo trabalho voluntário desenvolvido pelos peritos das várias associações profissionais, ficando aquém daquilo que foi a nossa proposta (a DGIDC passar um certificado em como os peritos exerceram essas funções). Em segundo lugar colegas, quero-vos alertar para um facto que recentemente tive conhecimento e, a continuar a acontecer, irá com toda a certeza acabar por matar a nossa profissão e os principios de actividade física que sustentamos para o 1º ciclo. Soube por alguns colegas recém-licenciados que há entidades promotoras e parceiras das AEC, em conjunto com alguns agrupamentos e escolas não agrupadas, a colocar alunos do curso tecnológico de desporto a dar a AFD!!!! Parece que este gente pensa (e há por aqui com certeza alguns colegas nossos coniventes com esta prática) que o curso tecnológico de desporto prepara os alunos para dar aulas!!! Para além da qualidade da leccionação desta actividade, que se pretende de enriquecimento curricular, ficar irremediavelmente comprometida, quer pelo modelo de organização implementado, que já compromete principios educativos básicos, quer pela falta de certificação dos profissionais que garantem a leccionação das actividades, imaginem o negócio que isto não deve estar a ser para alguns à conta dos contribuintes, dado que isto está a acontecer ao abrigo do último ano do curso tecnológico, ou seja, no ano de estágio. O ano passado identificámos 1 situação destas em Cascais. Colegas, temos de denunciar esta prática vergonhosa que em nada dignifica a educação em geral e a educação física e os seus profissionais em particular. Assim, e para que possa defender com ainda maior conhecimento e capacidade de argumentação os nossos interesses profissionais já na próxima reunião da CAP de dia 17/10/2008 (que são os da educação em geral, e da educação física em particular), e na defesa de um dos nossos maiores principios desde que entrámos para a CAP (todos os professores que leccionam a AFD têm de ser licenciados), peço-vos que me façam chegar por email todos os casos que conheçam em que o artigo 12.º do Despacho n.º 14460/2008 esteja em incumprimento (Artigo 12.º Perfil dos professores da actividade física e desportiva: Os professores de actividade física e desportiva no âmbito do presente programa devem possuir uma das seguintes habilitações: a) Profissionais ou próprias para a docência da disciplina de Educação Física no ensino básico; b) Licenciados em Desporto ou áreas afins.) Colegas, já fui avisado no âmbito da CAP que as Direcções Regionais de Educação só irão actuar, não com base em suspeições que não identificam onde é que estão a acontecer as ilegalidades, mas com base em denúncias feitas com o nome dos locais, isto é, ou o nome do Agrupamento de Escolas, ou da Entidade Promotora/Parceira, daí que vos peça para me denunciarem todos os casos que conheçam relativos à falta de formação, que é suficientemente grave para nos deixar apreensivos. Com um forte abraço e saudações associativas, João Pedro Lourenço, CNAPEF."

setembro 21, 2008

Nem carne nem peixe

A SPEF fez sair um parecer sobre o processo da avaliação do desempenho. Sobre ele o Ramiro Marques teceu um comentário com o qual concordo. Além disso a sensação que me fica é que nem é carne nem peixe. Mas pelo menos existe.
O que acham?

Andebol: alguns recursos variados.

No site do Anim'hand podem-se encontrar muitos recursos teórico práticos para o ensino do Andebol. Principalmente para quem domina a língua francesa é uma site a visitar frequentemente. Salientemos a qualidade do Andebol francês a nível mundial a que não é alheio, bem pelo contrário, o seu sistema de formação de atletas e treinadores. Pode linkar-se aqui.
Também na federação europeia de Andebol pode encontrar recursos muito úteis para a iniciação e treino deste desporto. Aqui no sector das publicações.
Outros lins que acho muito interessantes:
Revista da Federação Espanhola.
Um clube francês no seu cantinho dos treinadores. Depois de linkar para o site clique em C. d. E do lado esquerdo.
Um interessante blog brasileiro Apedagogiadoandebol.
E para quem quer formar árbitros de Andebol desde o nível mais elementar... aqui.
E claro, navegando pela net encontra-se muito mais...
Espero que vos faça bom proveito. Em próximos post irei expor alguns dos sites que costumo frequentar quando ando à procura de ideias sobre desportos ou EF.

setembro 01, 2008

Divulgação pedagógica

João Batista Freire, um grande nome da EF brasileira, discorre aqui, duma forma simples e curta, sobre um dos maiores nomes da psicologia, Lev Vygotsky. A ler aqui.

agosto 22, 2008

Mais ou menos Estado na prática do desporto

Desloquemos por breves instantes o nosso olhar do desporto “espectáculo” lançando-o no desporto “prática”. Passamos, então, do papel de observador - passivo, para o papel de actor principal - activo. Independente da sua condição – adulto mais ou menos jovem, com ou sem limitações físicas ou intelectuais, rico ou pobre,… – o que pode a prática desportiva fazer por si? O que pode fazer o desporto àqueles que estão sob a sua guarda? Presumo que estará a pensar em benefícios higienicistas, estará a pensar no seu potencial socializador, estará a pensar na sublimação da vida, na formação do carácter…

Pense agora no que você poderá fazer pela prática desportiva, sua ou dos seus concidadãos. Observe as condições de prática que tem ao seu dispor, se existe oferta variada, pense nas oportunidades (ou falta delas), enfim, pense nos meios que são colocados ao seu dispor pela comunidade onde está inserido para satisfazer uma putativa vontade de praticar desporto.

Este simples exercício pode ser o mote para se recentrar a discussão sobre o tema desporto a partir de uma importante dimensão – a prática desportiva. Apesar de vivermos num tempo em que o desporto espectáculo parece relegar para um plano secundário as restantes dimensões que o conceito encerra, há que procurar perceber como o Estado assume ou não a responsabilidade de promover a prática desportiva. E como já estamos num plano ideológico, há que procurar saber se o Estado deve ou não assumir essa responsabilidade ou se deve ser o mercado a determinar quem pode ou não fazer desporto.

Aguardo para ver como este tema será tratado no debate nacional sobre o estado da nação desportiva suscitado pelo presidente da Confederação do Desporto de Portugal.

Cumpridores de promessas alheias

O filme desta olimpíada ainda não terminou. Não só porque ainda há atletas em competição, como será necessário um período de nojo em que se faz o balanço e se relança a próxima olimpíada.

Precipitadamente, o presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Vicente Moura, que anunciou o seu afastamento precoce da presidência do comité olímpico, ainda não deu sinais de ter percebido que cometeu um erro crasso “protocolarizando” resultados que não dependem directamente de si e para os quais ele não pode concorrer fora da arena de jogo. Por muita confiança que deposite nas capacidades dos atletas de elite, mesmo que justificada por resultados anteriores, ele nada poderá fazer para obstaculizar os resultados da concorrência directa e agir sobre os factores de rendimento de cada atleta em competição.

Ora, “protocolizar” medalhas a troco do incremento dos subsídios do governo, só para ganhar uns trocos, para o apoio aos atletas em cada ciclo olímpico é um erro de palmatória que apenas serve os interesses do próprio governo: por um lado, se correr bem, pode exibir os resultados e retirar daí os dividendos políticos; por outro lado, se correr mal, remete a culpa para a programação do COP. Aliás, nos dois intervalos deste filme olímpico (quando correu mal – eliminação do três atletas “medalhavéis”; quando correu melhor - medalhas da Vanessa e do Nélson) observámos os dois registos nas declarações prestadas à comunicação social pelo Secretário de Estado da Juventude e do Desporto.

Não deixa de ser curioso o paralelismo entre este episódio burlesco e os termos em que foi imposto aos professores um determinado modelo de avaliação do desempenho. Os professores, tal como os atletas, viram-se obrigados a resultados, embora desejáveis, insusceptíveis de garantir. O ME, neste caso, fez o papel do COP.

Triste sina a nossa!…

Brincar aos ciclos olímpicos

O presidente do Comité Olímpico de Portugal (COP), Vicente Moura, que ontem anunciou que pretende abandonar o cargo, defendeu esta quarta-feira que para Portugal ganhar as medalhas desejadas nos Jogos Olímpicos é necessário rever todo o sistema desportivo do País, na medida em que a acção única do COP é manifestamente insuficiente.
“Se é preciso vir aqui ganhar algumas medalhas é o sistema desportivo português que tem de responder. O COP, naturalmente, com certeza o Governo também, as escolas, o desporto escolar, autárquico e universitário. É todo o sistema integrado de desenvolvimento desportivo. Tem de ser tudo avaliado”, defendeu. (In: Correio da Manhã)
Invariavelmente, no final de cada ciclo olímpico, face à eterna insatisfação pelos resultados alcançados, depois de vermos rolar meia dúzia de cabeças, ecoa a trombeta de alarme: há que parar o país para um debate nacional sobre o estado da nação desportiva.
A moderadora que o país consagrou, depois de regressar dos banhos, agendará dois ou três Prós e Contras com os snipers convidados de sempre. Depois dos desabafos mais ou menos comprometidos dos sujeitos directamente envolvidos, das escapadelas por intervalos da chuva dos políticos e de dirigentes federativos, depois de serem crucificados meia dúzias de atletas desbocados, o país sossegará até final do próximo ciclo olímpico.

O circo do faz-de-conta é nauseabundo!

Urge rever todo o sistema desportivo do País não só pela legítima ambição de fabricarmos campeões, senhor presidente do Comité Olímpico de Portugal, mas, fundamentalmente, porque há que combater o analfabetismo motor das nossas crianças e jovens. E não me refiro à falácia da oferta de actividade física avulsa, como se infere da LBAFD (lei de bases da actividade física e do desporto). Estou a pensar no conceito amputado de desporto que os nossos representantes políticos nos querem impor.

Perdoa-me

Francis Obikwelu anunciou hoje [como o Obikwelu na sua prova, cheguei à notícia com algum atraso] o fim imediato da carreira no atletismo e pediu desculpa aos portugueses por não ir à final dos 100 metros, com o argumento de que era pago por eles para estar nos Jogos Olímpicos. (in: Diário Digital)
As declarações do Obikwelu tiveram um efeito imediato: serviram de padrão de uma atitude de autoflagelação pública para aqueles atletas que não obtiveram os resultados expectáveis. Um atleta cuja prestação olímpica fique aquém do que seria desejável deve ser crucificado em praça pública, a não ser que seja redimido através de um acto de contrição e peça desculpa aos portugueses, de preferência em directo televisivo. É a única forma de minorar a dor da plebe. Este veredicto popular é subscrito pelos penduras olímpicos - responsáveis federativos e ilustres representantes do povo –, que numa atitude sobranceira, despudorada e de populismo barato, aparecem invariavelmente a sacudir a água do seu capote.

Não entendo a necessidade de um atleta ter de pedir desculpas, em público ou em privado, depois de uma pretensa má classificação. Como expliquei (?) na entrada anterior, o que se espera de um atleta é que ele se comprometa com a sua transcendência. Se o fez responsavelmente nada mais há a exigir. É este o sentido da competição desportiva.

Entendo ainda menos a necessidade da utilização de um estranho linguajar economês para explicar insucessos desportivos. Mais do que pedidos de desculpas nós queremos perceber onde falhámos e por que não somos capazes de obter resultados desportivos consistentes.

Se o Obikwelu queria prestar um serviço público fora das pistas talvez devesse ter denunciado o fosso que separa a programação olímpica espanhola da portuguesa [realidade que ele bem conhece]. Como não é possível mexer no passado, pelo menos preparávamos melhor o futuro.

Ignorância olímpica

A excelsa capacidade de superação é um atributo de um desportista de elite. Que bom seria se todos nós fossemos capazes de captar e descodificar os sinais reveladores dessa capacidade. O fenómeno desportivo não teria, apenas, um quadro de referência: a contabilidade do merceeiro.
Pelo teor de alguns comentários depreciativos proferidos por dirigentes desportivos e profissionais da informação após putativos insucessos desportivos fico preocupado. Não deveriam eles olhar para o desporto olímpico e revelar a multiplicidade dos seus aspectos, exaltando a sua valia axiológica e antropológica, aceitando os limites e as limitações de todos?
No ideal olímpico perpassa a ideia de que todos podem vencer. Todos. Porque TODOS se transcendem face às suas circunstâncias. Eu sei, tal como qualquer atleta sabe mesmo que induza o espectador a pensar que não sabe, o significado da exaltação desportiva.

Como eu te percebo Marco Fortes!…

agosto 15, 2008

Lágrimas de crocodilo

Laurentino Dias acredita que Portugal ainda vai ter "uma presença positiva"
O secretário de Estado do Desporto esperava que a primeira semana dos Jogos Olímpicos fosse já "de grandes resultados" para Portugal [...]

Nas esperanças infundadas em resultados desportivos avulsos, como as que foram reveladas pelo secretário de Estado do Desporto, reside um dos males do nosso desenvolvimento desportivo: a política de navegação à vista!

julho 22, 2008

(GPS) Precisa-se.

A discussão e investigação no Desporto e Ed. Física em Portugal onde anda? Abafada nas salas e teses maçudas de Doutoramento?!

É pena.

Procura-se.
Ao vivo. A cores. E a respirar ar puro.
Procura-se.

julho 10, 2008

O fim das mochilas?

Sinal positivo à Educação Postural!
É só um primeiro passo,... mas é sinal de esperança no futuro!

Projecto da Câmara da Maia
Pen drive substitui peso das mochilas dos alunos
10.07.2008 - 19h09 Sandra Silva PintoAs mochilas podem ter os dias contados. O mote do projecto “Caderno Digital” não é “Aprender sem livros”, mas a sugestão assenta-lhe como uma luva. No início do próximo ano lectivo, os alunos do ensino básico da Maia vão poder aceder a todos os conteúdos leccionados e trabalhos realizados nas aulas através de uma simples “pen drive”. Todo o peso dos livros e cadernos pode agora ser substituído por uma pequena caneta USB facilmente transportável no estojo, pendurada ao pescoço ou até no bolso.A iniciativa, pioneira no país, pretende simplificar o processo de estudo aos alunos – através de uma maior interacção multimédia com as novas tecnologias – e, também, expandir a ligação entre pais, educandos, professores e município.

Mais detalhes em http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1335103&idCanal=58

junho 25, 2008

Recursos de avaliação em Educação Física

Chegámos ao final do ano lectivo e concluímos as avaliações. Mas só numa primeira fase, porque agora que as notas de Educação Física entram na média do Ensino Secundário já surgem alguns pedidos de recurso, por parte dos Encarregados de Educação. É uma nova realidade para esta disciplina e há que estar preparado para lidar bem com ela.
O recurso é um direito que assiste ao aluno e quantos recursos, nomeadamente em situação de exame, noutras disciplinas, valeram subidas de vários valores nas classificações... Já nas classificações de frequência tal situação não é tão frequente, por várias razões perfeitamente justificáveis.
No entanto, as dificuldades dos alunos e seus encarregados de educação em fundamentar um recurso em Educação Física são ainda mais evidentes do que nas restantes disciplinas. E aqui uma das razões mais óbvias é a dificuldade de auto-percepção do desempenho, ou seja, de auto-avaliação do aluno.
Embora a prática da auto-avaliação seja comum a todas as disciplinas em todos os períodos escolares, a verdade é que nas disciplinas com testes teóricos os alunos não tendem a fazer um exercício reflexivo sobre o seu desempenho académico, mas tão somente fazem as contas mediante os resultados dos testes escritos, ainda que esta componente apenas valha uma percentagem da nota final. Depois “deitam uns pózinhos” nos TPC e eventualmente na oralidade, e o número bate mais ou menos certo com a nota do professor. Será este exercício promotor da competência de auto-avaliação? Será que os alunos compreendem através dele o seu desempenho e a sua evolução? As dificuldades são percepcionadas?
Quanto à Educação Física, o caso agrava-se porque a avaliação é sustentada essencialmente por observações directas dos desempenhos e não sobre registos escritos dos alunos, nos quais a uma pergunta do professor corresponde uma resposta do aluno. Esta fica ali registada para ser vista e revista as vezes que se quiser e para mostrar a quem se entender, sendo sujeita, ainda assim, às mais variadas interpretações por parte dos vários actores envolvidos.

As observações directas são efectuadas com maior frequência e, da primeira à última aula de cada unidade didáctica, facultam ao professor um conjunto de dados que lhe dão um conhecimento mais próximo do desempenho do aluno e o ajudam a avaliar de uma forma mais segura: o professor tem oportunidade de ver várias vezes e registar o desempenho dos seus alunos em cada item de avaliação, havendo ainda um momento formal em que o aluno tem oportunidade de mostrar o nível final que atingiu.
Numa disciplina de natureza prática como a Educação Física, a avaliação passa necessariamente por aqui. E, tal como nas restantes disciplinas, por mais que sejam referidos quais os critérios, sejam dadas indicações precisas sobre o desempenho desejável, é difícil para os alunos perceberem as suas dificuldades. Assim, na auto-avaliação em EF, é frequente os alunos manifestarem a opinião de que sendo assíduo o dez está garantido! E, de facto, um aluno verdadeiramente assíduo, de “corpo e alma”, seguramente consegue uma nota positiva e até acima do dez: mas para isso, tem que participar activamente nas aulas, esforçar-se por ultrapassar dificuldades, colaborar nas tarefas, … e, desta forma, valoriza não só a sua avaliação nas “Atitudes” e como beneficia a sua aprendizagem, como em qualquer outra matéria escolar. O problema é que os recursos nem sempre visam a passagem, mas a subida de médias... e convenhamos que a contabilização da avaliação da EF na média dos alunos ainda está entalada na garganta de alunos, pais e muitos professores...

maio 01, 2008

O que importa esconder do exemplo finlandês.

“Los finlandeses, los europeos con mejores notas, tienen actividades deportivas todos los días.”

Há evidências nos estudos epidemiológicos que alertam para a importância da adopção de estilos de vida activos como meio de prevenir os riscos de doenças de essência hipocinética, das quais se destacam as cárdio-vasculares.
A adopção de estilos de vida cada vez menos activos, quando aliados aos problemas de obesidade, exige das entidades responsáveis pela Saúde Pública uma acção concreta dirigida à alteração de hábitos comportamentais. É necessário recorrer a um conjunto de estratégias diversificadas [a televisão e os meios de comunicação social jogam aqui um papel essencial] para sensibilizar as famílias para a necessidade de alteração dos seus hábitos de vida. A escola é chamada a colaborar. É indispensável convocar a educação física para dar o seu contributo. Apesar das recentes recomendações do parlamento europeu que desafia os estados membros a aumentarem o tempo semanal da Educação Física, o nosso governo parece incapaz de encarar o problema de frente. As pressões no sentido da redução da carga lectiva semanal fazem emergir o risco de se enveredar pelo caminho mais populista: a diminuição do peso das disciplinas pretensamente secundárias, entre as quais a Educação Física. Aliás, este caminho já foi iniciado, como comprova a presença muito subtil da disciplina nos cursos de educação formação, do ensino básico, e nos cursos profissionais, do ensino secundário.

E assim vamos cantando e rindo com a aposta centrada em programas de educação para a saúde inócuos já que se limitam a iniciativas esotéricas, como por exemplo, as acções de formação com “sabor a papel de música”. Há, no entanto, excepções que confirmam a regra: O programa Pessoa, ainda em fase de implementação, será desenvolvido no concelho de Oeiras e que parece bem desenhado para fazer face a este problema.

Isto vem a propósito deste texto da Glicéria e da sugestão de leitura do Ramiro Marques.

Site de Minivolei. Excelente

Um site de Voleibol simplesmente excelente que trata das fases iniciais do ensino do Minivolei.
Nele encontram-se sugestões de trabalho, documentos, videos... Enfim um site excelente para todos os educadores que usam o Voleibol como matéria educativa.
Aqui Pequevoley fica a ligação para lá.

abril 20, 2008

Os cravos também se abatem!

… e há muitas formas de os abater!

Não bastavam as manhãs de sábado (que nalgumas modalidades se estendiam pelas tardes), não pagas, agora até para os feriados se marcam campeonatos! E o problema é que nem é um feriado qualquer, porque existem feriados que pouco nos dizem em termos de comemorações. Mas um feriado é um feriado. É feriado para todos! E existem feriados especiais. E este de que falo é um feriado especial, um feriado em que “ainda” se comemoram, com diversas manifestações uma data muito especial para o povo português. Um feriado em que, em tempos, até os cafés fechavam. Um feriado, em que todos deveriam ter a liberdade de poder usar a sua liberdade para comemorar como quisessem a data que relembra. Um feriado em que o Estado não pode mandar trabalhar funcionários cujos serviços não estão enquadrados na definição de serviços sociais necessários, ou mais especificamente serviços mínimos de apoio social.

No entanto, sem que exista razão para que isso aconteça, porque o calendário nacional não obriga a que seja necessário utilizar esta data, nas escolas da DREL há quem não possa comemorar este feriado como quer. Há professores, alunos e famílias de alunos a quem foi sonegado este feriado.

Falo do 25 de Abril.
Falo de Desporto Escolar.
Falo da DRELVT.
Falo de Campeonatos Regionais de algumas modalidades marcados para o dia 25 de Abril.

ATLETISMO DE PISTA - DRELVT - EAE Setúbal Norte - Pista Municipal da Sobreda - 25 de Abril
TÉNIS - DRELVT - EAE Lezíria - Clube de Ténis de Santarém - 25, 26 e 27 Abril

BASQUETEBOL (JUVENIS) - EAE Lisboa Oriental - agendado para Vila Franca de Xira/Loures - 19 Abril, foi adiado para Mafra - 25 de Abril


http://sitio.dgidc.min-edu.pt/desporto/Documents/campeonatos_regionais/DEscolar_Calendarização_Camp_Regionais_08_Final.pdf

março 22, 2008

Divulgação: AF Actividade Física em Populações Especiais

O aumento crescente do número de licenciados na área da Educação Física e Desporto coincide também com o aumento da taxa de desemprego nesta mesma população. Assim, como resposta ao desafio que nos é colocado neste ultimo ano da licenciatura, decidimos apostar num tema que consideramos actual e acima de tudo com utilidade e interesse para a população referida.
Por estas razões, conjuntamente com o facto de ser cada vez mais, impossível entrar na escola, na área da docência, entendemos que são necessários novos olhares sobre a Educação Física, nomeadamente na vertente da Educação Especial, da Actividade Física e Saúde e da Recreação, Aventura e Lazer. Assim, uma vez que o desporto e a actividade física são actualmente parte integral da vida social, sendo catalogados como os pressupostos de referência de um conjunto de valores e regras que representam em si a força geradora da sua dinâmica e importância, decidimos apostar num tema que possibilita a visão e abertura de novos ramos e possibilidades de trabalho na área da Educação, Desporto e Saúde.


Pelas razões anteriormente referidas, esta Acção de Formação tem como objectivo sensibilizar, apresentar e promover a reflexão sobre novas oportunidades de emprego e consequentes temáticas que pela sua especificidade preocupam os técnicos e docentes que trabalham nas áreas de Educação Física, Desporto e Saúde.



LIVRO

Prefacio:
Professor Luís Manuel Gomes de Melo


Autores dos capítulos:
Prof. Dr.ª Helena Moreira - UTAD
Mestre Natércia Padilha - UTAD
Mestre Vitorino Cardoso – FCDEF – UP
Prof. Estagiaria Ana Brás
Prof. Estagiaria Florbela Aragão
Prof. Estagiaria Florinda Oliveira

http://afespecial-sabrosa.blogspot.com/

afespecial@gmail.com

março 10, 2008

Ainda a propósito da municipalização da contratação docente

A municipalização da contratação docente, em nome dos ideais de descentralização, gestão de proximidade, conhecimento local, esconde, temo eu, uma agenda de fragmentação da classe docente e desprofissionalização dos professores.
A meu ver, as câmaras municipais não têm dimensão suficiente para se constituírem como tutela administrativa dos professores e das escolas. Além disso, num tempo de escassez de vaga e de desemprego de professores, a passagem das contratações para as câmaras pode ser um pretexto para pôr em causa a contratação colectiva e introduzir elementos de precarização do vínculo através de contratos individuais, tal como se verifica com o ensino do inglês e das outras actividades de complemento curricular no primeiro ciclo.
A intenção de passar as aulas de educação física e das áreas de expressão para a parte da tarde parece-me uma clara segregação do currículo e a menorização das áreas de expressão, que passarão, se isto for para diante, a ser vistas como actividades complementares, actividades de extensão, eventualmente facultativas, se os pais assim o quiserem. Todo o esforço que tem sido feito de constituir estas áreas curriculares como áreas de ensino e aprendizagem como as outras sofrerá com isto um rude golpe. Pestalozzi e Dewey devem estar a dar voltas na campa com tamanha tacanhez intelectualista.
Note-se que a concentração de horários da educação física (a manter-se o carácter obrigatório da disciplina) ditarão necessariamente um agravamento das condições de trabalho dos professores - até porque obrigará a um elevado aumento do número de alunos por professor com aglutinação de turmas.
O futuro não se me apresenta nada risonho, ou serei eu que estou a ficar demasiado azedo e pessimista?

Amândio Graça

fevereiro 26, 2008

De luto pela educação

Passa já a palavra!!!

Estamos de Luto pela Educação
Se és professor, educador ou te identificas com a causa defendida por esta classe de trabalhadores: Coloca uma bandeira preta na janela da tua casa (pode ser pano de forro preto, leve para voar e sinalizar), como sinal de solidariedade e de união. Passa a palavra por msg, sms, jornais locais ou até nacionais e também na blogosfera.
Não te esqueças…Passa a palavra!

fevereiro 23, 2008

delegação de competências

Ansiávamos pelo Decreto de delegação de competências e, mais uma vez, sentimo-nos defraudados!

De facto, os Coordenadores dos Departamentos Curriculares (CDC) poderão delegar competências noutros professores titulares, tendo em conta o número de docentes a avaliar e os respectivos grupos de recrutamento! No entanto, os avaliadores das outras áreas disciplinares serão avaliados pelo CDC.

Ou seja, embora não tenha habilitações académicas para leccionar as disciplinas dos restantes grupos disciplinares, que não o seu, os CDC, são considerados aptos a avaliar colegas dessas áreas científicas e pedagógicas, esses sim, habilitados por instituições de ensino superior a executar tais funções.

Assim, um CDC do grupo de Educação Física poderá delegar competências em colegas de Artes Visuais, Educação Tecnológica, Educação Especial ou Música.
Mas será o CDC a avaliar os colegas de outras áreas em quem delegou as funções de avaliador. Da mesma forma um avaliador de Educação Física será avaliado pelo seu CDC, proveniente das áreas acima mencionadas.

O mesmo se passa nos restantes departamentos: apesar das maiores semelhanças quanto à estrutura das aulas e a maior proximidade das áreas envolvidas, será exequível que um professor de uma área avalie colegas de outras para as quais não tem competências científicas e pedagógicas?

Se lermos atentamente as grelhas de avaliação vamos encontrar parâmetros que são bastante específicos, para observação e classificação, cada um deles, em 5 níveis. De entre todos, destaco estes:
- correcção científico-pedagógica e didáctica na planificação das actividades lectivas;
- adequação de estratégias de ensino e aprendizagem aos conteúdos programáticos, ao nível etário e às aprendizagens anteriores dos alunos;
- diversidade, adequação e correcção científico-pedagógica das metodologias e recursos utilizados;
- cumprimento dos objectivos, orientações e programas ...

Parece-me bastante fácil cairmos em erros de análise, tanto pela positiva como pela negativa, quer como avaliados quer como avaliadores.

E consigo rever vários exemplos:

Muitos de nós já experimentaram a necessidade de explicar a outros colegas de áreas diferentes a especificidade da nossa disciplina, relativamente à qual muitos adultos têm poucas vivências. Até quando se arrastam ao ginásio, deixam transparecer frequentemente a sua estranheza quanto ao clima das nossas aulas: barulho, confusão, mau comportamento, o “anti-pedagógico” apito, as corridas e os “pinchos” ou mesmo a desorganização são características para além das quais, alguns colegas, nada mais conseguem vislumbrar!
É que isto de ter os meninos todos sentados à sua frente, no mesmo lugar ou de os conhecer pelos números não tem nada a ver com a agitação desejável numa aula de Educação Física. As metodologias de trabalho, os materiais os objectos o os objectivos de trabalho são diferentes e sem identificar essas diferenças não há avaliação possível.

O bom-senso prima pela ausência e só não se dá conta disto porque só preocupa, para já, 4 professores por escola (os CDC)… mas, na minha opinião, vai mais longe, e toca fundo na dignidade profissional que cada grupo disciplinar merece.

Não será de estranhar que não se tenham lembrado deste pormenor, tendo em conta que, nas altas esferas, as habilitações específicas não são relevantes no exercício da gestão de qualquer empresa ou mesmo do país, …

Ou ainda, que esta situação sirva para diminuir a taxa de desemprego de alguns formadores generalistas que nos ensinarão, a expensas nossas, claro, como avaliar as várias áreas científicas e pedagógicas sem as conhecer.

Ou que, qualquer dia sejam apenas os pais ou os presidentes das juntas ou até os auxiliares da acção educativa a preencher as ditas grelhas, já que nós, professores, temos tanta dificuldade nessa tarefa!!!!

fevereiro 16, 2008

Menos EF?

O Governo vai alargar ao segundo ciclo o conceito de «escola a tempo inteiro» que introduziu na antiga primária, reorganizando o horário e o currículo, nomeadamente através da concentração de disciplinas, disse a ministra da Educação em entrevista à agência Lusa.
Maria de Lurdes Rodrigues explicou que o modelo será muito semelhante ao do primeiro ciclo, sendo remetidas para «o final do dia» as actividades de enriquecimento curricular ligadas às expressões e ao estudo acompanhado, de forma a «concentrar na parte lectiva o essencial das actividades associadas à aquisição de competências básicas».


A decisão anunciada pela ministra da educação de reordenamento do elenco curricular no 2º ciclo irá remeter as disciplinas de 2ª ordem (na perspectiva de quem remete, obviamente) para o final do dia. Esta decisão política de escalonamento das disciplinas que compõem o currículo parece resultar de uma racionalidade técnica que revela a tendência para reduzir e encurtar a parte obrigatória do horário escolar, obviamente à custa da diminuição de horas das disciplinas consideradas menos nobres, como será o caso da Educação Física.

Esta decisão política necessita de ser devidamente explicada à luz de argumentos pedagógicos. No interesse da sociedade e dos alunos, o ME tem de esclarecer se estas medidas políticas encontram legitimação a partir daquilo que é pedagogicamente correcto e desejável e não a partir daquilo que é economicamente conveniente.

Não deixa de ser estranho que esta tomada de decisão (espero não passe de um equívoco plano de intenções) – a redução do número de horas a atribuir à disciplina de Educação Física e ao Desporto Escolar – ignore as recomendações do Parlamento Europeu que “Exorta os Estados-Membros a modernizar e melhorar as suas políticas em matéria de educação física, principalmente para que haja um equilíbrio entre as actividades físicas e intelectuais durante o período escolar (...) e convida os Estados Membros a apoiar a exigência de aumentar o tempo lectivo consagrado à educação física (...)”.

Não deixa de ser preocupante que as medidas de reordenamento curricular sejam equívocas quanto ao direito inalienável das crianças e jovens a uma educação integral. Seria uma lástima que através de um conceito enviesado de educação, o ME viesse a escamotear a relevância do domínio motor e corporal na escola.

Desejo sinceramente que o RELATÓRIO sobre o papel do desporto na educação não se encontre perdido numa sinistra gaveta “valteriana”.

fevereiro 13, 2008

Adultos em miniatura

Como sendo uma aposta deste Ministério da Educação, as Actividades de Enriquecimento Curricular têm sido alvo de várias criticas em vários aspectos. Confesso que muitas duvidas se colocam a este projecto. Mas não é sobre isso que gostaria de falar. Algo mais importante me preocupa,...a criança. Um aluno que inicia o seu periodo de aulas às 8:30h e só larga às 17:30h, que pelo meio passa, no mínimo, 6 horas sentado numa sala de aula, a ter que prestar atenção a um ou mais professores, durante 5 dias da semana. Não estaremos a tratar os nossos alunos como adultos em miniatura (expressão utilizada no desporto quando se referia ao treino realizado por atletas mais novos, mas que estava direccionado para mais velhos)? Durante a Pré-primária e o 1ºciclo, a criança tem a capacidade e a NECESSIDADE de se mover, com espontaneadade, criatividade e principalmente LIBERDADE. O facto de se promover uma institucionalização dos tempos livres da criança, retirando dela o acto mais natural que ela tem que é BRINCAR, estaremos, provavelmente a pôr em causa o seu próprio desenvolvimento motor, psicologico, social, cognitivo, etc???? Sinceramente, me parece que a promoção das actividades de enriquecimento curricular, como forma de tomar conta das crianças, enquanto os pais trabalham, terão repercussões bastante graves no futuro! Nem mesmo na aula de educação fisica a criança pode brincar, tem de obedecer a regras e cumprir com os "desejos" do professor, sendo o adestramento motor prática comum em qualquer aula, uma vez que o próprio programa da disciplina assim o incentiva. Acho que não precisamos de esperar mais tempo para observarmos os efeitos secundários desta situação, cada vez mais as crianças apresentam maiores dificuldades de aprendizagem, enormes carencias motoras (quiça não caminharemos para uma analfabetização motora), constantes problemas de socialização e emocionais (fruto da institucionalização dos seus horários livres). Para terminar gostaria de deixar um sentimento que me vem assolando cada vez que vou dar aulas aos meus pequenotes, quando os vejo sair da sala de aula olho para eles e sinto-os como se tivesses estado prisioneiros numa cela fechada e que por momentos podessem sair à rua para ver a luz do dia!!!

Ministra diz que municípios vão poder gerir contratação e colocação de professores

Como primeiro post decidi trazer este artigo do jornal electronico do Público que me parece preocupante...
"O Governo vai dar às autarquias a possibilidade de gerirem a contratação e colocação de professores, disponibilizando-se para contratualizar com os municípios interessados a transferência dessa competência, anunciou a ministra da Educação, numa entrevista à agência Lusa. "O diploma prevê essa possibilidade. Havendo escolas e havendo autarquias disponíveis para essa experiência, o Ministério da Educação (ME) contratualizará os termos em que essa transferência pode ser feita", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues, explicando que está em causa "tudo o que respeita ao recrutamento, gestão e colocação de professores". De acordo com a responsável, o diploma que desenvolve o quadro de transferência de competências para os municípios em matéria de Educação prevê a possibilidade de ser iniciado um projecto-piloto relativo a esta matéria. Apesar disso, a ministra ressalvou que a discussão sobre a transferência de competências relacionadas com a gestão dos professores "está um pouco mais atrasada" do que a negociação relativa aos funcionários não docentes. "Em termos de pessoal docente a discussão está um pouco mais atrasada porque nem as autarquias se sentem, em regra, com capacidade e com recursos necessários para fazer essa gestão, nem imagino que os sindicatos estejam muito disponíveis para a discussão desse assunto", explicou. A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) exigiu este fim-de-semana a negociação do projecto de decreto-lei sobre a transferência de novas competências para os municípios em matéria de Educação, acusando o Governo de querer "desresponsabilizar-se" das suas obrigações. Para a maior federação sindical de professores, "é o Governo que define a formação e o perfil dos docentes, pelo que também deve ser ele a seleccioná-los a nível nacional, através de regras transparentes, justas e equitativas". Segundo o diploma que será aprovado "em breve" em Conselho de Ministros, as autarquias vão passar a assumir a responsabilidade pela gestão do pessoal não docente até ao 9º ano, a gestão do parque escolar e a acção social escolar nos 2º e 3º ciclos, assim como o transporte escolar do 3º ciclo."
Não sei se os meus caros colegas têm tido algum feedback sobre o que se vai passando com os professores que prestam aulas nas actividades de enriquecimento curricular, mas a subjectividade na atribuição de horas tem sido enorme, se é que me faço entender. O que acontecerá se as autarquias iniciarem esse processo de selecção e recrutamento de professores até ao 9ºano?

fevereiro 08, 2008

Questões de Identidade

Um video de uma comunicação interessante sobre questões de identidade profissional da Educação Física e dos seus profissionais. Poderia dar um bom ponto de partida para discussão...
Aqui

janeiro 12, 2008

Alinhamento da Instrução

Um problema permanente que se coloca a quem ensina e treina é o de saber se aquilo que é o conteúdo do treino e a forma como se treina é o mais adequado para a preparação da sua equipa e para o desenvolvimento dos seus jogadores. A noção de alinhamento da instrução foca precisamente esta questão e pretende dar-lhe uma resposta efectiva, através da articulação deliberadamente planeada dos resultados esperados, das situações de ensino e treino estabelecidas para alcançar aqueles resultados e dos procedimentos adoptados para avaliar todo este processo (Launder, 2001; Siedentop, 1996). No que respeita aos resultados esperados, poderemos dizer que eles serão resultados autênticos na medida em que concorram para a melhoria da performance individual e colectiva, para o desenvolvimento da capacidade de jogo dos jogadores. A ideia de alinhamento da instrução requer congruência e similaridade entre as situações de prática e as situações reais de jogo. Quanto maior a similaridade entre qualquer situação de prática e o jogo real, maior será a probabilidade das novas aprendizagens se transferirem da prática para o jogo (Launder, 2001). Muitas situações típicas do treino são colocadas em questão pela manifesta falta de alinhamento com as exigências específicas do jogo, pelo baixo teor de transferência para o jogo, pelo que constituem de desperdício para o aproveitamento do tempo de treino. É evidente que o que há de mais parecido com o jogo é outro jogo, porém o jogo completo não oferece a quantidade de exercitação necessária para desenvolver os factores de rendimento que lhe estão subjacentes, basta pensarmos na quantidade de prática necessária para desenvolver e consolidar a competência de lançamento e no número de lançamentos que um jogador terá oportunidade de realizar num jogo. Na busca da prática perfeita, do alinhamento óptimo do treino com as exigências da competição – treinar como se joga, jogar como se treina -, Launder (2001) introduz um modelo de ensino dos jogos (extensivo a outros desportos), Play Practice, que se propõe desenvolver em paralelo o sentido de jogo (as componentes estratégica e táctica) e a capacidade técnica, através da estruturação de cenários de prática com ingredientes de jogo e estreitamente alinhados com a versão completa de jogo. O play practice junta-se assim a outras propostas de renovação das práticas de ensino quer no âmbito da educação física quer no âmbito do treino de jovens.

Professor Amândio Graça
(Excerto de um texto de apoio a uma comunicação ao Congresso de Baloncesto, Cáceres, Dezembro de 2007)

janeiro 11, 2008

Novo colaborador

O Nélson Ramos é a mais recente aquisição para a nossa equipa de colaboradores regulares.
Bem-vindo e boas entradas!

Aproveito esta oportunidade para renovar o apelo a todos os colaboradores para que mantenham os serviços mínimos neste blogue... ;o)