outubro 26, 2011

Dois blogs novos de basquetebol

Aos colegas de EF e a todos os que gostam de Basquetebol, anuncio a entrada em funcionamento de dois blogs sobre esta modalidade.

Pode encontrá-los nos seguintes links:


e


O primeiro está mais virado para assuntos da história da modalidade nos seus vários aspectos.

O segundo tenta abordar as questões do ensino e da aprendizagem da modalidade, principalmente aos níveis iniciais.

Está convidado a passar por lá.

julho 12, 2011

Como é urgente fazer uma barrela ao desporto infanto-juvenil…


clip_image002No passado fim-de-semana estive em retiro lá para os lados da Serra de Lousã. Não fui à procura dos deleites gastronómicos da região nem do sossego do lugar, embora não me fiz rogado de tudo a que tive direito. Impunha-se acompanhar um extraordinário evento desportivo de Voleibol que vai já na sua décima segunda edição, reúne cerca de 1 200 participantes directos distribuídos por 67 equipas e 200 jovens voluntários.
Estão de parabéns os organizadores, que têm melhorado ano após ano as condições de realização e apoio aos participantes, estão de parabéns os responsáveis pelos clubes desportivos que facultam aos seus jovens atletas uma experiência singular que é extremamente significativa em vários planos do seu desenvolvimento.
Este não é o momento, nem o lugar, para dissecar as especificidades da competição. Guardarei essas notas de trajecto para outros fóruns de discussão. Não resisto, no entanto, a deixar uma breve nota sobre o enquadramento técnico a proporcionar aos jovens. É geralmente reconhecido e com argumentação convincente que deveriam ser os treinadores mais experientes a acolher os praticantes mais jovens. Contudo, o nosso sistema desportivo não tem condições de cumprir este imperativo e são os treinadores jovens, também mais inexperientes, a assegurar a formação desportiva dos praticantes mais jovens. Esta é a nossa realidade e é com ela que temos de lidar. Sabemos que o dia-a-dia do treinador jovem é percorrido num terreno minado de interesses contraditórios, todos eles imbuídos de “boas intenções”. Há um denominador comum entre esses interesses: a tentativa de moldar a prática dos jovens aos interesses dos adultos. É preciso ter armas adequadas para resistir às constantes emboscadas de alguns dirigentes e pais.
É uma pena que não seja possível generalizar os excelentes exemplos de treinadores jovens que procuram alicerçar o seu ensino num quadro de valores que colocam o bem estar dos outros acima dos seus próprios interesses. São estes bons exemplos que deviam ser relevados, e não são, porque permitem que esses valores se projectem na formação dos jovens integrando-os nas recomendações pedagógicas que sustentam o ensino.

fevereiro 16, 2011

Desporto Escolar – Muito perto da estocada final

Quem está fora do sistema de ensino dificilmente poderá imaginar os estragos das políticas de terra queimada forjadas por este governo. Ontem, durante o Corta-Mato Distrital, cruzei-me com dezenas de colegas indefectíveis defensores do Desporto Escolar. O desânimo e a revolta são, muito provavelmente, os dois estados de espírito prevalecentes. E ao contrário do que se poderia pensar, constato que há um prenúncio de abandono desta espécie de missão em que se transformou o Desporto Escolar. Sobretudo os professores mais experientes, que até pareciam imunes ao ostracismo da tutela. Ficarão os novatos, maioritariamente contratados, e aqueles professores que não estão em condições de declinar as horas para preencher um horário.

O Desporto Escolar não morrerá apenas por uma questão de sobrevivência profissional. Mas a estocada parece ter provocado danos irreversíveis na sustentação de um projecto cujo alcance pedagógico não cabe na retórica falaciosa do político aldrabão.

fevereiro 13, 2011

O milagre da multiplicação…

fonte do gabinete de Isabel Alçada sublinhou que a proposta "ainda não está fechada"; que o desporto escolar "será alvo de despacho específico"
(JN)
Só o autor da petição que divulguei mais em baixo poderá adiantar as razões pelas quais retirou a dita cuja. Terá informações privilegiadas que lhe permitem pensar que o ME vai recuar nas suas intenções? Não sei. O que eu sei é que só um finório seria capaz de fazer omeletas sem ovos.

O milagre da multiplicação de horas lectivas está para acontecer!

Adenda:


Contudo,


Se o reajustamento a que se refere a senhora ministra passa por metamorfosear as actividades de treino em actividades de acompanhamento e de supervisão, isso tem apenas uma leitura: que a escola passa a oferecer apenas actividades (internas) lúdicas e recreativas que não impliquem leccionação, isto é, o desporto escolar deixará de contemplar as actividades de treino de capacidades e de habilidades. E os professores com horário completo passarão a cumprir exactamente o que está determinado no ECD, no artigo 82º:

a) (A) colaboração em actividades de complemento curricular que visem promover o enriquecimento cultural e a inserção dos educandos na comunidade;

j) (O) acompanhamento e a supervisão das actividades de enriquecimento e complemento curricular;


Não existe uma alma próxima da senhora ministra que lhe explique que as actividades de treino, próprias da actividade externa do Desporto Escolar, são actividades com configuração análoga às actividades lectivas?

Ora, se não há qualquer diferença entre actividades lectivas e não-lectivas, não seria mais sensato promover uma alteração ao ECD?

Desporto Escolar–o renascimento

O Paulo divulgou uma versão (não sei se será a última) do projecto de despacho de organização do trabalho nos agrupamentos ou escolas não agrupadas.

O ME parece ter recuado na sua intenção de considerar como não lectivo o trabalho realizado com os grupos equipas, como se lê no ponto 5, do artigo 3º (componente lectiva):

As horas de que a escola necessite para a dinamização de actividades com grupo/equipa a nível do desporto escolar, dado tratar-se de uma actividade de enriquecimento e complemento curricular, sairão desta componente.
Quero acreditar que os responsáveis pela área do corte e cose no tempo de trabalho dos professores terão percebido, graças a um consenso alargado mas exógeno às estruturas do ME, que a pretensão inicial de agregar o tempo com os grupos/equipas do desporto escolar ao tempo não lectivo teria repercussões nefastas ao desenvolvimento do desporto escolar, pondo em causa a sua viabilização nas escolas.

Agora há que esperar pela publicação do diploma e, como prometeu a ministra, pela regulamentação própria. Pode ser que desta discussão, que fez agitar as organizações de professores de Educação Física, emirja um novo modelo do Desporto Escolar, mais inclusivo, mais democrático.

E se me permitem sonhar alto: que desse modelo democrático do Desporto Escolar advenha o renascimento da gestão democrática.