Quem está fora do sistema de ensino dificilmente poderá imaginar os estragos das políticas de terra queimada forjadas por este governo. Ontem, durante o Corta-Mato Distrital, cruzei-me com dezenas de colegas indefectíveis defensores do Desporto Escolar. O desânimo e a revolta são, muito provavelmente, os dois estados de espírito prevalecentes. E ao contrário do que se poderia pensar, constato que há um prenúncio de abandono desta espécie de missão em que se transformou o Desporto Escolar. Sobretudo os professores mais experientes, que até pareciam imunes ao ostracismo da tutela. Ficarão os novatos, maioritariamente contratados, e aqueles professores que não estão em condições de declinar as horas para preencher um horário.
O Desporto Escolar não morrerá apenas por uma questão de sobrevivência profissional. Mas a estocada parece ter provocado danos irreversíveis na sustentação de um projecto cujo alcance pedagógico não cabe na retórica falaciosa do político aldrabão.