fevereiro 06, 2007

debatendo...

Culpando a necessidade de argumentar o estudo que iniciei e, quiçá, amplia-lo a outras partes e escolas da região, fui desafiado a justificá-lo perante determinadas entidades. Tinha dois caminhos (pelo menos) possíveis: a) vestia o fato de um qualquer vendedor e tentava cativa-los a apoiarem o projecto; b) seria honesto comigo mesmo e explicava-lhes as minhas crenças acerca do desporto em geral e por inerência da Educação Física. Acredito no último caminho e vou tentar, ainda que resumidamente, colocá-lo, (a crença principal) aqui a debate que espero possa dar alguns frutos.

O ponto de partida é simples: Para que serve o desporto? Porque é que ele deve ser apoiado pelo Estado?

O valor intrínseco do desporto é relativo (ponto final). Só o considero importante porque mais do que tratar do corpo, trata do Homem e da Mulher e do seu desenvolvimento integral.

O desporto espectáculo existe é importante mas deve ser tratado pela iniciativa privada. Caros amigos, não fui eu que inventei o mercado livre….

A importância do apoio estatal do desporto em geral e da EF em particular passa pela crença da sua utilidade para o Homem e para a Mulher no que concerne às várias vertentes, sejam elas no sentido do incremento de estilos de vida saudáveis, no sentido antropológico e estético do corpo (muito em voga no Brasil), no sentido de ser uma ferramenta útil para desenvolver competências pessoais e sociais no indivíduo, ou ainda qualquer outro sentido que acrescente uma mais valia ao desenvolvimento humano. Se retirarmos todos esses sentidos provavelmente não resta mais nada ao desporto – a não ser que se olhe para ele por uma perspectiva “socialista-soviética” com o objectivo de nacionalizar a indústria do desporto espectáculo.

Não sei se corro o riso de haver quem me interprete como uma tentativa de esvaziar o desporto e a EF da sua importância, pelo contrário sinto e encontro apoios na literatura que vão nesse sentido. Resta-me vos dizer que é com base nesta crença que vou defender a utilidade do meu trabalho, é com base nesta crença que quero ser mais e melhor professor de Educação Física. É com base nesta crença que, como pai, tento incentivar a prática desportiva nos meus filhos.

3 comentários:

Miguel Pinto disse...

Deixa-me fazer o papel de advogado do diabo: O teu trabalho versa sobre o desporto. Será que as entidades que te pediram a justificação do teu trabalho desejavam aclarar o valor do desporto ou, apenas, esclarecer o contributo do teu trabalho para o desenvolvimento desportivo da região? Entendi das tuas palavras que não estás disposto a delinear os motivos pelos quais o teu trabalho merece ser apoiado e não o(s) outro(s), a exisitir(em), que concorre(m) para o mesmo fim. Admitamos que as entidades reconhecem, após a tua argumentação, o valor intrínseco do desporto. Será que todos os trabalhos que vierem a ser realizados e que incidam nesta temática garantem, per si, o apoio?
Depois deste apontamento provocador, volto à tua questão: O desporto tem valor intrínseco? Isto é, o desporto tem valor por si? Sabemos que o desporto tem um valor relativo porque pode ser valorizado por alguém. Contudo, dizer que o desporto tem um valor intrínseco é o mesmo que afirmar que o desporto deve ser entendido, de forma inequívoca, como a encarnação do bem e do bom. Tem pouca consistência o argumento de que existem práticas desportivas perversas para refutar o valor intrínseco do desporto porque essas práticas são meramente instrumentais. Ou não?

«« disse...

Miguel, talvez não tenha sido tão claro com o texto que escrevi. Pretendi enaltecer o valor do desporto como ferramenta ao serviço do desenvolvimento humano. Quanto aos apoios, pois já me conheces, por isso sabes que não vou pedir nada, simplesmente vou dar a conhecer o que faço, baseando nas minhas crenças, vai daí se apoiarem foi porque achara que o projecto tem valor não porque tenha pedido, até porque, como sabes, fiz todo o projecto a contar só com o meu dinheiro (e o do banco9 para costeá-lo....quem manda se o quiser apoiar apoia....é a unica coisa que te posso dizer, deve ter sido por não ter entendido bem o que querias dizer...aquele abraço

Anónimo disse...

Não sei se ainda vou a tempo, mas deixem-me dizer-vos que este artigo é uma patetice, ultrapassando os limites do ridículo...
Não continue assim...pode ser o caos global!