abril 19, 2007

Em conversa com uma colega em busca de tema para a sua dissertação de mestrado, reflectimos acerca dos currículos de EF para o Secundário, tal como outras que tive com outros colegas, a reflexão ficou-se pelas modalidades a abordar, o número por ano lectivo e os critérios de escolha. A questão centrava-se essencialmente se os professores cumprem não com o que o programa determina e se será ou não adequado para os objectivos da disciplina.

A conversa fez-me passar novamente pelo calhamaço do programa e relê-lo, na esperança de encontrar falhas na minha interpretação e desta forma, melhorar o conhecimento, julgo aprofundado, que tenho do documento. Logicamente que voltei a pensá-lo e confesso que, embora partilhando da preocupação legal da colega, não me parece ser a questão de substância a levantar.

Julgo que não foi esgotada a reflexão acerca da importância da disciplina (não no sentido de dizer se é ou não importante, mas no sentido de clarificar onde é que ela pode ajudar o jovem no seu processo de desenvolvimento de competências pessoais e sociais). Este debate e consequente clarificação da disciplina levará à necessidade ou não (acredito piamente que sim, mas é só o meu ponto de vista) da reformulação dos objectivos e, por consequência, a reformulação do referido calhamaço programático.

Faço-vos notar que se a escola está a mudar é porque a sociedade assim a obriga, vai daí o desporto como fenómeno social também exige o mesmo, já que os seus objectivos, as suas funções, fruto das novas necessidades sociais (umas mais importantes que outras) vão se adaptado. Tendo a EF como seu “instrumento de trabalho” o desporto, parece-me lógico que olhe para si com olhos de mudança.

Finalizo colocando a ênfase no ponto de vista que defendo, ou seja, não sugiro uma reformulação de conteúdos (embora deva haver uma preocupação continuada de os actualizar, face às predilecções e às necessidades dos jovens estudantes), mas sim uma reformulação dos seus objectivos, partindo de um redimensionamento do desporto e das suas funcionalidades, enquanto instrumento de desenvolvimento psicossocial de grande valia.

1 comentário:

Anónimo disse...

Miguel
é a minha estreia por estas andanças mas não posso, mesmo que queira, deixar de escrever a minha opinião (sendo eu a principal interessada neste tema).
Não digo que estou em desacordo contigo porque concordo que deva existir uma reformulação nos objectivos da disciplina porém, esta alteração só terá um efeito real, em meu entender, se também se alterarem os conteúdos. O programa da disciplina menciona os objectivos que considero mais importantes mas, depois na transição para a prática, tal não acontece. Quando nós profissionais de educação física somos "induzidos" a ensinar um rol tão exorbitante de modalidades/conteudos(como se os alunos aprendessem...transitam de ano mas continuam a aprender o mesmo , dada a escassez de tempo para trabalhá-los) é óbvio que na prática muitos destes objectivos são descurados. E a preocupação com os aspectos relacionados com a saúde ficam para segundo lugar, por muitos para terceiro ou mais. Esta é a minha grande questão, os programas estão desajustados, em objectivos realizáveis e em conteúdos.
Considero que no ensino secundário devia existir uma REAL escolha, dos principais interessados, os alunos. Reduzir o nº de modalidades para 2 ou máximo 3 seria fulcral. Alunos mais motivados possivelmente se traduzirão em futuros adultos activos (é apenas a minha ideia).Apesar de tudo o que referi devo salientar que a reformulação recente aos programas do ensino secundário foi um passo em frente.
Para terminar quero agradecer-te porque é pensando e falando que se chega a algum lado e eu ainda estou um pouco perdida. Beijinhos e até breve.Catarina