maio 29, 2006

da carga horária às aulas de apoio a EF

Há quem diga que a questão do aumento ou não da carga horária da disciplina não é fundamental porque mais do que a intensidade e o volume da carga o que importa é a qualidade. Outros acham-na perigosa porque receiam que os resultados do aumento da carga horária não produza os efeitos desejados e através desses resultados negativos, possamos recuar ainda mais do que a posição que temos actualmente.

As vozes que defendem o aumento da carga semanal argumentam com os indicadores e sugestões imanadas de organizações de renome (tais como o CDC dos EUA, ou a Organização Mundial de Saúde) que apontam, por questões de saúde, para que haja actividade física diária, com uma duração de, no mínimo, 30 minutos e com uma intensidade moderada a intensa. Outros, ainda, defendem que a actividade física não deve ser da única responsabilidade da escola, pelo que está bom assim e a sociedade que se organize, criando outras ofertas de actividade física.

A minha opinião é que, mais importante do que aumentar a carga horária é fundamental criar apoios à disciplina, onde os alunos possam recuperar o tempo perdido e superar limitações físicas capazes de os desmotivar para a adopção de estilos de vida activos. Aulas de apoio divertidas, dadas por professores sorridentes capazes de tornar essa hora diária num momento motivador, onde o aluno ganhe o gosto da prática pela prática.

5 comentários:

Miguel Pinto disse...

Considerando:
a mudança de paradigma laboral que se traduz numa clara diminuição da actividade física dos trabalhadores;
as alterações nas rotinas de ocupação de tempos livres [dos mais e menos jovens] cada vez mais sedentárias;
a intelectualização da escola [que se ocupa preferencialmente da cognição dos alunos];

A revalorização da perspectiva biologista da educação física ganha cada vez mais consistência.

Antes de avançar como mais alguns considerandos, importa perceber o sentido das mudanças que se estão a operar na escola para discernir o lugar a ocupar pela educação física.

«« disse...

não defendo a pespectiva biologista Miguel, tu sabes bem disso. Quanto às mudanças na escola, a minha opinião é que elas devem ser fruto das outras mudanças, as societais, de forma se apresentarem como nos respostas dadas pela escola. acho que estás invertendo a coisa

henrique santos disse...

Miguel Sousa
Eu concordo com as tuas propostas. Em vez de requerer um aumento do tempo lectivo para a área da Educação Física, há muito a fazer no aproveitamento do tempo que se tem. Isso passa por discutir muita coisa, temos feito aqui isso no blogue e continuaremos a fazer.
As ideias quanto a aulas de apoio a EF são extremamente oportunas, assim como a diversificação de oportunidades de actividade física e desportiva para além das aulas e dentro das escolas.

«« disse...

Professor Amandio, no artigo anterior estive tentado em adpatar um capítulo do meu projecto onde faço uma reflexão acerca das principais dimensões do desporto (até falei do assunto com o Miguel Pinto). Na verdade, Acredito que os biologistas não são só biologistas (exceptuando-se os fundamentalistas, mas esses temos que lhe dar o desconto, por o serem).

Defendo uma corrente ecológica onde possa conviver os contributos dos biologistas, mais os que colocam a ênfase no desenvolvimento psicossocial, bem como os que defendem o rendimento.
Acho que, ao contrario do que se querfazer crer,todas elas são compativeis...um desafio muito interessante

Miguel Pinto disse...

Olá Rita
Terá de ser o Conselho Executivo da tua escola a justificar perante a tutela que não tem condições de cumprir o que está previsto na matriz curricular do ensino secundário.
hummm.... Será que foram esgotadas todas as possibilidades ou valores mais altos se levantam?